VIOLA PANTANEIRA, VIOLA PARA ALMIR SATER.
Um instrumento especial para aquele que considero um ícone da Música Brasileira. Uma "Viola Homenagem" que foi trabalhada com muito carinho e atenção em todos os detalhes. Meu primeiro encontro com Almir foi em 2012, gentilmente me recebeu antes de um de seus shows e tive a oportunidade de poucos, conhecer, experimentar e ouvir suas violas de palco. Atento, pude aprender com aquele que considero Mestre da Viola, um exímio instrumentista e poeta de raros versos. A partir do primeiro encontro, combinamos a viola e prometi que seria um instrumento especial, queria surpreender. O tempo se passou, e em minhas andanças busquei materiais exóticos para contar uma história ao construir essa viola. A começar pela roseta, feita com madeira de Carandá (Copernicia australis), uma palmeira endêmica das áreas alagadas que encontrei no Pantanal de Aquidauana/MS. Para as laterais e fundo eu mesmo desdobrei um Jacarandá (dalbergia nigra) muito bonito, de corte radial bem orientado e alegre em cores que "garimpei" na cidade histórica de Mariana/MG. Num outro encontro, agora em 2013 pude novamente experimentar suas violas para agora observar com ênfase o braço, o conforto necessário. Tradicionalmente usei a composição do braço em mogno (Swietenia macrophila) e escala de ébano (Diospyros Ebenum) com raio 16 para deixar as cordas baixas, já observado que o Violeiro as trata com "fineza". Nota para as iniciais "AS" na 12ª casa em madre-pérola recortadas à mão. Incrementando o conforto, fiz o filete do tampo com um detalhe híbrido, ou seja filete e descanso para o braço ao mesmo tempo, conhecido como "armrest" na Luteria Internacional. Salta aos olhos, considero um exemplo de"Craftsmanship" pela perícia como foi executado. Outros detalhes como o cruzamento em "X" do filete no fundo da Viola e a linha com final no salto adicionam ao visual. Para o tampo usei pinho italiano (Abeto Rosso), com 10 anos de cura, estável e pronto para vibrar. Tradicionalmente, o meu balanço sonoro deste instrumento é bastante equilibrado, sustentação, harmonia e volume muito presentes. As tarraxas são da Alemanha, e eu mesmo as personalizei com pegas (knobs) em pau cobra (Brosimum guianense).
Como tudo tem sua hora, viola pronta, é hora de colocar cria, criador e tocador juntos. Almir gentilmente pegou a viola, executou sua "virtuose" por mais ou menos uma hora, explorando os agudos das últimas casas até o repicado do pagode. Confesso que foi um dos momentos mais bacanas que já vivenciei. Com a afinação aprovada, falamos sobre as várias diferenças entre elas, timbres, e pude ouvir mais um pouquinho do gosto do Violeiro por suas violas.
Deixarei agora que o ensaio de fotos que fiz para essa viola especial conte um pouco mais sobre essa história, é só clicar AQUI!
Agradecimentos: Em especial aqueles que de alguma forma contribuíram para que fosse possível, Zé Vitor, Sandro, Fernanda Barbosa Alves, Leonardo Caetano, Henrique Vieira e minha amada familia. Obrigado Almir, por sua disponibilidade, sua paciência e seu talento que me inspira sempre.
Agradecimentos: Em especial aqueles que de alguma forma contribuíram para que fosse possível, Zé Vitor, Sandro, Fernanda Barbosa Alves, Leonardo Caetano, Henrique Vieira e minha amada familia. Obrigado Almir, por sua disponibilidade, sua paciência e seu talento que me inspira sempre.